segunda-feira, 23 de junho de 2008

Texto por Leandro Marinho

Uma vida, um amor, um caminho


Ah essa roda gigante que é a vida. Ora ego, alto-estima, amor próprio estão às margens das mais profundas lamas, ora estão tão complicados entre si que nos remetem à ilusão de uma vida feliz. Aliás, a ilusão se vê bastante presente na vida de cada um de nós. Refletir, pensar, chegar à uma conclusão. Tudo isso parece alcançável quando se tem um pensamento aglutinado de idéias que foram sistematicamente implantados em sua cabeça.
O futuro é uma incógnita tão grande que o homem, no ápice de sua prepotência prefere sacrificar o presente por um futuro incerto, na certeza duvidosa de dias melhores. Mas perdura-se uma indagação: O que vai ser de nosso futuro, se nos matamos pouco à pouco no presente ?
Talvez o homem saiba a resposta, mas mesmo assim prefere se enganar e fechar os olhos diante de sua ignorância pré-matura.
Como seria bom imaginar crianças correndo dentre os campos com apenas a fome de brincar, pessoas dormindo nas ruas apenas por serem naturalistas e se sentirem à vontade...
Mas não o que está ao alcance dos olhos mais imaturos são homens do passado vivendo no presente e pisando no futuro.

Estes homens pensam que temos quantas vidas?

A situação é bem mais delicada do que imaginamos! Mas ao contrário do que muitos possam pensar, diante destas palavras, ainda consigo acreditar em uma saída: o AMOR.
Uma palavra tão pequena, mas que consegue transformar o ser humano, mesmo perante as circunstâncias adversas. O amor pode mudar até mesmo estes que nos dominam, que se julgam um DEUS tão poderoso, que possam decidir quem deve morrer e quem deve continuar a viver mediocremente nesta selva de pedra que denominamos de planeta Terra.
Tantos foram os líderes que já tentaram mostrar o caminho para a humanidade.
A vida é uma escola, o tempo é professor e tudo o que vivemos são lições. Passar com louvor por esta escola significa não só uma vitória, mas uma realização e hoje sem exagero algum aquele que consegue “passar de ano” nesta escola é um exímio sobrevivente!


Leandro Marinho

Mario de Andrade


QUANDO EU MORRER

Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.

Meus pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.

No Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.

Escondam no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia,
Sereia.

O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade...

Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade...

As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus.


O poema "Quando eu Morrer", também escrito no final da vida de Mário, é na verdade um trecho sem título da coletânea Lira Paulistana, publicada postumamente. Fiel à sua cidade, o poeta quer permanecer nela, nesse poema-testamento. Vejam que nem nessa hora ele abre mão da ironia.

Figura central do modernismo brasileiro, o paulistano Mário de Andrade (1893-1945) foi muito mais do que poeta. Músico, romancista, contista, professor, estudioso de cultura popular, ensaísta, prolífero escritor de cartas e — como se diz hoje —poderoso agitador cultural, ele parece confirmar a multiplicidade anunciada no verso: "Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinqüenta".


Realizado por:

Gabriela Wyler, Marianna dos Santos Barbosa

Manuel Bandeira


Manuel Bandeira


Manuel Bandeira (1886-1968) foi um poeta da primeira fase do Modernismo, movimento que revolucionou as formas de expressão cultural em diversos aspectos. Foi muito importante na implantação deste movimento no Brasil. Entre tantas contribuições se destacam:
a solidificação da poesia
de orientação modernista e o alargamento da lírica nacional pela sua capacidade de extrair a poesia das coisas aparentemente banais do cotidiano.

Foi o mais lírico dos poetas; criava suas poesias com temáticas cotidianas e universais de forma irônica. Procurava estreitar os laços entre a poesia e a cultura popular escrevendo sobre sentimentos e fases da vida com a infância.


O anel de vidro

Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…
Assim também o eterno amor que prometeste,
- Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.


Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, –
Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…


Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste…
Como também guardei o pó que me ficou

Daquele pequenino anel que tu me deste…


Fonte: http://www.revista.agulha.nom.br/manuelbandeira.html


1ª Fase Modernista no Brasil

Primeira fase Modernista no Brasil (1922-1930)


Caracteriza-se por ser uma tentativa de definir e marcar posições. Período rico em manifestos e revistas de vida efêmera.
Um mês depois da SAM, a política vive dois momentos importantes: eleições para Presidência da República e congresso (RJ) para fundação do Partido Comunista do Brasil. Ainda no campo da política, surge em 1926 o Partido Democrático que teve entre seus fundadores Mário de Andrade.
É a fase mais radical justamente em conseqüência da necessidade de definições e do rompimento de todas as estruturas do passado. Caráter anárquico e forte sentido destruidor.
Principais autores desta fase: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Antônio de Alcântara Machado, Menotti del Picchia, Cassiano Ricardo, Guilherme de Almeida e Plínio Salgado.


Características

  • busca do moderno, original e polêmico
  • nacionalismo em suas múltiplas facetas
  • volta às origens e valorização do índio verdadeiramente brasileiro
  • “língua brasileira” - falada pelo povo nas ruas
  • paródias - tentativa de repensar a história e a literatura brasileiras

A postura nacionalista apresenta-se em duas vertentes:

  • nacionalismo crítico, consciente, de denúncia da realidade, identificado politicamente com as esquerdas.
  • nacionalismo ufanista, utópico, exagerado, identificado com as correntes de extrema direita


Manifestos e Revistas

Revista Klaxon — Mensário de Arte Moderna (1922-1923)
Recebe este nome, pois klaxon era o termo usado para designar a buzina externa dos automóveis. Primeiro periódico modernista, é conseqüência das agitações em torno da SAM. Inovadora em todos os sentidos: gráfico, existência de publicidade, oposição entre o velho e o novo.

“— Klaxon sabe que o progresso existe. Por isso, sem renegar o passado, caminha para diante, sempre, sempre.”


Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924-1925)
Escrito por Oswald e publicado inicialmente no Correioda Manhã. Em 1925, é publicado como abertura do livro de poesias Pau-Brasil de Oswald. Apresenta uma proposta de literatura vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil.

“— A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela sob o azul cabralino, são fatos estéticos.”

“— A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.”


A Revista (1925-1926)
Responsável pela divulgação dos ideais modernistas em MG. Teve apenas três números e contava com Drummond como um de seus redatores.


Verde-Amarelismo (1926-1929)
É uma resposta ao nacionalismo do Pau-Brasil. Grupo formado por Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo. Criticavam o “nacionalismo afrancesado” de Oswald. Sua proposta era de um nacionalismo primitivista, ufanista, identificado com o fascismo, evoluindo para o Integralismo de Plínio Salgado (década de 30). Idolatria do tupi e a anta é eleita símbolo nacional. Em maio de 1929, o grupo verde-amarelista publica o manifesto “Nhengaçu Verde-Amarelo — Manifesto do Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta”.


Manifesto Regionalista de 1926
Os anos de 1925 e 1930 formam um período marcado pela difusão do Modernismo pelos estados brasileiros. Nesse sentido, o Centro Regionalista do Nordeste (Recife) busca desenvolver o sentimento de unidade do Nordeste nos novos moldes modernistas. Propõem trabalhar em favor dos interesses da região, além de promover conferências, exposições de arte, congressos etc. Para tanto, editaram uma revista. Vale ressaltar que o regionalismo nordestino conta com Graciliano Ramos, José Lins do Rego, José Américo de Almeida, Rachel de Queiroz, Jorge Amado e João Cabral - na 2ª fase modernista.


Revista Antropofagia (1928-1929)
Contou com duas fases (dentições): a primeira com 10 números (1928 e 1929) direção Antônio Alcântara Machado e gerência de Raul Bopp; a segunda foi publicada semanalmente em 16 números no jornal Diário de São Paulo (1929) e seu “açougueiro” (secretário) era Geraldo Ferraz. É uma nova etapa do nacionalismo Pau-Brasil e resposta ao grupo Verde-amarelismo. A origem do nome movimento esta na tela “Abaporu” de Tarsila do Amaral.

1ª fase - inicia-se com o polêmico manifesto de Oswald e conta com Alcântara Machado, Mário de Andrade (2º número publicou um capítulo de Macunaíma), Carlos Drummons (3º número publicou a poesia “No meio do vaminho”); além de desenhos de Tarsila, artigos em favor da língua tupi de Plínio Salgado e poesias de Guilherme de Almeida.

2ª fase - mais definida ideologicamente, com ruptura de Oswald e Mário de Andrade. Estão nessa segunda fase Oswald, Bopp, Geraldo Ferraz, Oswaldo Costa, Tarsila, Patrícia Galvão (Pagu). Os alvos das críticas (mordidas) são Mário de Andrade, Alcântara Machado, Graça Aranha, Guilherme de Almeida, Menotti del Picchia e Plínio Salgado.

SÓ A ANTROPOFAGIA nos une, Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. / Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. / De todos os tratados de paz. / Tupi or not tupi, that is the question.”
(Manifesto Antropófago)

“A nossa independência ainda não foi proclamada. Frase típica de D. João VI: — Meu filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça! Expulsamos a dinastia. É preciso expulsar o espírito bragantino, as ordenações e o rapé de Maria da Fonte.”
(Revista de Antropofagia, nº 1)


Outras Revistas

Revista Verde de Cataguazes (MG - 1927-1928)
Revista Estética (RJ - 1924)
Revista Terra Roxa e outras Terras (SP - 1926, colaborador Mário de Andrade)
Revista Festa (RJ - 1927, Cecília Meireles como colaboradora)

Semana de Arte Moderna


A Semana de Arte Moderna


A Semana de Arte Moderna de 22, realizada entre 11 e 18 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo, contou com a participação de escritores, artistas plásticos, arquitetos e músicos.
Seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com "a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual", como informava o Correio Paulistano a 29 de janeiro de 1922.
A produção de uma arte brasileira, afinada com as tendências vanguardistas da Europa, sem contudo perder o caráter nacional, era uma das grandes aspirações que a Semana tinha em divulgar.
Esse era o ano em que o país comemorava o primeiro centenário da Independência e os jovens modernistas pretendiam redescobrir o Brasil, libertando-o das amarras que o prendiam aos padrões estrangeiros. Seria, então, um movimento pela independência artística do Brasil.
Os jovens modernistas da Semana negavam, antes de mais nada, o academicismo nas artes. A essa altura, estavam já influenciados esteticamente por tendências e movimentos como o Cubismo, o Expressionismo e diversas ramificações pós-impressionistas.
Até aí, nenhuma novidade nem renovação. Mas, partindo desse ponto, pretendiam utilizar tais modelos europeus, de forma consciente, para uma renovação da arte nacional, preocupados em realizar uma arte nitidamente brasileira, sem complexos de inferioridade em relação à arte produzidana Europa.


Realizado por:

Ingrid Garcia, Jessica Xavier, Joana Pinho, Nayara Mendes

terça-feira, 17 de junho de 2008

Romantismo (Poesia)

Romantismo (Poesia)


Momento Histórico

O Romantismo surgiu com a revolução francesa, que surgiu para erguer uma nova classe: a burguesia. Com essa ascensão, vieram idéias que valorizavam muito o social, e principalmente o nacional, o sentimento de unidade.
Com a vinda da família real para o Brasil, as idéias de revolução francesa se dissiminaram nos autores nacionais, o que influenciou o movimento romancista brasileiro. Além da influência na literatura, veio modificar o sentimento social que mobilizou o nacionalismo que desencadeou no processo de independência do Brasil.


Características da linguagem romântica

Subjetivismo: O romancista trata dos assuntos de forma pessoal, de acordo com sua opinião sobre o mundo. O subjetivismo pode ser notado através do uso de verbos na primeira pessoa.


Idealização:
Empolgado pela imaginação, o autor idealiza temas, exagerando em algumas de suas características. Dessa forma, a mulher é uma virgem frágil, o índio é um herói nacional, e a pátria sempre perfeita. Essa característica é marcada por descrições minuciosas e muitos adjetivos.


Sentimentalismo:
Praticamente todos os poemas românticos apresentam sentimentalismo já que essa escola literária é movida através da emoção, sendo as mais comuns a saudade, a tristeza e a desilusão.


Egocentrismo: Como o nome já diz, é a colocação do seu ego no centro de tudo. Vários artistas românticos colocam, em seus poemas, os seus sentimentos acima de tudo, destacando-os no texto. Pode-se dizer, talvez, que o egocentrismo é um subjetivismo exagerado.


Natureza interagindo com o eu lírico: A natureza, no Romantismo, expressa aquilo que o eu - lírico está sentindo no momento narrado. A natureza pode estar presente desde as estações do ano, como formas de passagens, à tempestades, ou dias de muito sol.


Grotesco e Sublime: Há a fusão do belo e do feio, diferentemente do arcadismo que visa a idealização do personagem principal, tornando-o a imagem da perfeição. Como exemplo, temos o conto de A Bela e a Fera, no qual uma jovem idealizada se apaixona por uma criatura horrenda.


Medievalismo:
Alguns românticos se interessavam pela origem de seu povo, de sua língua e de seu próprio país. Na Europa, eles acharam no cavaleiro fiel à pátria um ótimo modo de retratar as culturas de seu país. Esses poemas se passam em eras medievais e retratavam grandes guerras e batalhas.


Indianismo: É o medievalismo "adaptado" ao Brasil. Como os brasileiros não tinham um cavaleiro para idealizar, os escritores adotaram o índio como o ícone que retrata a origem nacional e o colocam como um herói. O indianismo resgatava o ideal do "bom selvagem" (Jean-Jacques Rousseau), no qual retrata que a sociedade que corrompe o homem e o homem perfeito seria o índio, que não tinha nenhum contato com a sociedade européia.


Byronismo: Estilo de vida boêmio, voltado para vícios, bebida, fumo e sexo, podendo estar representado no personagem, ou na própria vida do autor romântico. O byronismo é caracterizado pelo narcisismo, pelo egocentrismo, pelo pessimismo, pela angustia e pelo satanismo, este último visto em Bernardo Guimarães, por exemplo.


Principais Autores e suas obras


Gonçalves Dias

É o representante maior da poesia indianista brasileira.
O poeta cultivou também a poesia lírica amorosa.
Obras: Poesia
(Primeiros cantos-1846); Segundos Cantos (1848); Sextilhas de Frei Antão (1848); Últimos Cantos (1851); Os Tímbiras (1857).

Casimiro de Abreu

Sua poesia caracterizava-se, predominantemente, pela temática da saudade (da pátria, da família do lar,da infância).Marca-se, portanto, pela evasão no tempo e no espaço.Além disso, o amor e a mulher são quase sempre idealizados.
Poesia: As Primaveras
(1859).

Álvares de Azevedo

É o mais importante poeta no Ultra-Romantismo brasileiro.
Características importantes de sua obra: evasão na fantasia e no sonho; evasão na morte; sentimento de auto-detruição, conceito de amor que oscila entre a idealização e a sensualidade. Escreveu poemas irônicos e com toque de humos.
Poesia: Lira dos Vinte Anos
(1853); Conde Lopo (1866).

Fagundes Varela

Destacou-se por suas poesias líricas, porém, o mais importante era a maneira como ele falava da morte.
Poesia: Noturnos (
1861); O estandarte Auriverde (1863); Vozes da América (1854).


Poema

“(...) Oh que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais (...)“


Análise

O poema retrata as lembranças ainda presentes na vida do autor, assim transmitindo sensações de nostalgia e expondo uma saudade eterna de sua infância.
Há comparações entre seu passado querido e seus dias atuais, sempre relembrando de situações e das coisas as quais observava (mar, estrelas, ondas, luas...). A família também é citada, como a mãe e sua irmã.


Pesquisa realizada por:

Isabella Almeida, Taís Filgueiras, Thabata Rosales, Thayara Cunha

Arcadismo

Arcadismo

Definição e histórico

A Europa passava por um processo de transição de pensamento por causa das idéias iluministas Deus deixou de ser o centro do pensamento, passando a ser a razão. O Arcadismo chegou ao Brasil através de estudantes recém chegados da Europa e trouxeram uma nova maneira de pensar que se traduzia na literatura.
O Arcadismo é um período que se caracteriza, principalmente na metade do século XVIII, tingido pelas artes de uma nova tonalidade burguesa. Têm espírito nitidamente reformista, pretendendo reformular o ensino, os atos, as atitudes sociais, uma vez que era uma manifestação artística de um novo tempo e de uma nova ideologia.
No Brasil, considerava-se como data inicial do Arcadismo o ano de 1768, em que ocorreram dois fatos marcantes: a fundação da Arcádia Ultramarina, em Vila Rica e a publicação de Obras, de Cláudio Manoel, um dos integrantes da Inconfidência Mineira.


Características

O Arcadismo é uma escola literária que valoriza a vida simples do campo e a natureza, bem longe das concentrações urbanas e do modo de vida capitalista, uma vez que a simplicidade trazia elevação espiritual e felicidade. A linguagem é simples e direta. O movimento foi inspirado na Arcádia, uma região lendária da Grécia Antiga. É também chamado de Neoclassicismo e seu precedente é o Barroco.


Principais autores e obras

- Cláudio Manoel da Costa destaca-se na poesia lírica e é autor do poema Vila Rica.

- Tomás Antônio Gonzaga destaca-se na poesia lírica e na sátira. Suas principais obras foram o Tratado de Direito Natural, Marília de Dirceu e Cartas Chilenas.

- Santa Rita Durão tem como sua obra principal o poema épico Caramuru.

- Basílio da Gama é autor do poema épico O Uruguai.

- Silva Alvarenga destacou-se na poesia lírica encomiástica.

- Alvarenga Peixoto também se destacou na encomiástica.


Análise de um texto

Lira 77- Marília de Dirceu

Tomás Antônio Gonzaga

Na primeira parte do poema, Dirceu demonstra não ter bens materiais, para oferecer à Marília, porque estes foram tirados dele, mas todo o sentimento que tem por ela compensa sua falta de riquezas materiais. Demonstra orgulho por ter sido um grande pastor em uma aldeia, dando a idéia que não importa a atividade que se exercer, mas sim o prazer que ela traz.
O sentimentalismo é expresso na estrofe em que Dirceu fala de vestes, onde valoriza o trabalho manual, que é feito com dedicação e carinho, ao contrário das “lãs e peles finas”, que são produzidas nas grandes cidades e só visam o lucro.


Pesquisa realizada:

Ingrid Magalhães; Jéssica Xavier; Juliana Fernandes

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Barroco


O BARROCO


A palavra portuguesa barroco era originalmente utilizada para denominar pérola irregular, com imperfeições. Quem usou esse nome para designar a arte do período seis-centista foram aqueles que a criticavam pelo exagero e rebuscamento. Mas o nome Barroco é usado até hoje para designar o movimento que tem início na Itália no final do século XVI, cujas características, a princípio, aparecem com mais nitidez nas artes plásticas, principalmente na arquitetura, mas logo se manifestam em outros domínios artísticos, inclusive na literatura. Transportado para diferentes países da Europa, o Barroco se torna a marca artística do século XVII, em especial na Espanha dos “reis católicos”.


CARACTERÍSTICAS DO BARROCO

· Pessimismo;
· Desequilíbrio entre a razão e a emoção;
· Dualidade; contradição;
· Tendência à alusão (descrição indireta);
· Predomínio de figuras de linguagem como a metáfora, a antítese, o paradoxo, a hipérbole, o hipérbato.


TENDÊNCIAS DO BARROCO LITERÁRIO

São duas as tendências básicas do Barroco: Cultismo e Conceptismo. Embora constituam estilos diferentes, podem coexistir num mesmo autor ou até numa mesma obra. Há casos em que a distinção entre eles é muito difícil, se não impossível.

· Cultismo: Graças ao poeta espanhol D. Luís de Góngora, seu maior representante, este estilo também costuma ser chamado Gongorismo. Consiste na hipertrofia da dimensão sensorial (sonoridade e imagens) da obra literária. O autor cultista recorre exageradamente a metáforas, sinestias de toda ordem, aliterações, hipérbatos, antíteses, trocadilhos, neo-logismos estranhos... enfim, a um descritivismo rebuscado, tão rico quanto tortuoso. A obra cultista oferece-se como um espetáculo para os sentidos, chegando, muitas vezes, a obscurecer o entendimento (hermetismo).

· Conceptismo: Consiste na hipertrofia da dimensão conceitual da obra literária. Utilizando-se mais da razão dos sentidos, o autor conceptista cria raciocínios engenhosos, num refinado jogo intelectual de paradoxos e sutilezas lógicas. Enquanto o Cultismo é essencialmente descritivo, o Conceptismo é analítico. Considera-se o espanhol D. Francisco de Quevedo o mais representativo e influente autor desse estilo.


PRINCIPAIS AUTORES

BARROCO PORTUGUÊS:

· Francisco Manuel de Melo;
· Sóror Mariana de Alcoforado;
· Antônio José da Silva;
· Padre Antônio Vieira (1608-1697)

Antônio Vieira nasceu em Lisboa, mas já em 1614 mudava-se com a família para a Bahia. Estreou no púlpito (sermão pregado em 1633, na Bahia) um ano antes de sua ordenação sacerdotal. A partir de 1641 estava novamente em Lisboa, onde seria nomeado Pregador Real e Tribuno da Restauração. Entre o final de 1652 e o final de 1661, esteve no Maranhão, chefiando a missão jesuística. Sua ação foi decisiva para a promulgação da “Lei da Liberdade dos Índios”de 1655. A um homem tão brilhante e politicamente tão eficiente não poderiam faltar as perseguições: preso pela Inquisição, permaneceu recluso entre 1665 e 1668. Uma sentença do Tribunal do Santo Ofício cassou-lhe a palavra em 1667. Partiu então para Roma, onde ficou durante seis anos, conseguindo afinal que Clemente X o isentasse da Inquisição. Os últimos dezesseis anos de sua vida passou-os na Bahia, organizando suas obras para publicação. Morreu em Salvador em 18 de julho de 1697.

OBRAS DE VIEIRA:

· Sermões;
· Cartas;
· Histórias do futuro;
· Esperanças de Porugal.

BARROCO BRASILEIRO:

· Bento Teixeira;
· Manuel Botelho de Oliveira;
· Gregório de Matos Guerra (1636-1695)

Foi tão tumultuada a vida do poeta baiano que um biógrafo chamou- a de “vida espantosa”.
Como filho de senhor de engenho, Gregório pôde estudar em Portugal, para onde se mudou aos 14 anos de idade. Lá passou trinta e dois anos, prósperos e tranqüilos .
Retornou ao Brasil em 1682, nomeado para funções na burocracia eclesiástica da Sé da Bahia. Durou pouco no cargo, do qual foi destituído em 1683. Iniciou-se, então, a última fase de sua vida. O casamento com Maria dos Povos, a quem dedicou belíssimos sonetos, não impediu a decadência, social e profissional, do Dr. Gregório. Ficou famoso em suas andanças e pândegas pelos engenhos do Recôncavo. Mais famosas ainda eram suas sátiras. Talvez por causa delas, foi deportado para Angola, em 1694. Pôde retornar ao Brasil, no ano seguinte, mas para o Recife, onde morreu aos 59 anos de idade.


POEMA DE GREGÓRIO DE MATOS


Ó tu do meu amor fiel traslado
Mariposa entre as chamas consumida,
Pois se à força do ardor perdes a vida,
A violência do fogo me há prostrado.

Tu de amante o teu fim hás encontrado,
Essa flama girando apetecida;
Eu girando uma penha endurecida,
No fogo, que exalou, morro abrasado.
Ambos de firmes anelando chamas,
Tu a vida deixas, eu a morte imploro
Nas constâncias iguais, iguais nas chamas.

Mas aí! Que a diferença entre nós choro,
Pois acabando tu ao fogo, que amas,
Eu morro, sem chegar à luz, que adoro.


Obras completas. Salvador, Janaína, 1968.


Vocabulário:

Fiel traslado – fiel tradução, isto é, imagem fiel;
Prostrado – abatido;
Apetecida – desejada, intensamente cobiçada;
Penha – rocha, penhasco;
Anelar – desejar.



Matéria feita por:
Joana Pinho, Gabriela Wiler, Nayara Mendes.

Apresentação da turma

Este é o Blog não só da turma 132, mas também de todos que se interessarem pela literatura um pouco além da sala de aula, que vejam aqui um ponto de encontro virtual.
Nossa proposta é mostrar que literatura pode ser bem mais interessante do que é ensinado e no que ela pode influenciar em nosso dia-a-dia, seja uma ajuda em algum trabalho, um meio de estudo ou até num simples poema ou reflexão que possa mudar a cor do nosso dia.
Aqui você poderá encontrar informações sobre a literatura de acordo com a matéria que nos é dada, algumas dicas nossas de leitura e textos mais variados que despertam nossa atenção, além de um elaborado catálogo de sites sobre literatura que encontramos na rede e avaliamos para facilitar sua pesquisa sobre a matéria para as mais diferentes finalidades.
Como somos uma turma de turismo, não podíamos nos esquecer da Cidade Maravilhosa, e daremos dicas aqui de lugares interessantes, também contaremos um pouco da nossa história, além de destacar o que encontramos dela na literatura.
Você encontrará seções com dicas de leitura, entrevistas, bem como poderá mandar seus poemas, prosas e pensamentos.
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