domingo, 20 de julho de 2008

Uma visão da FLIP



A Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, como é mais conhecida, é um dos eventos literários mais conhecidos do país e o mais esperado da cidade de Paraty. Esse ano aconteceu nos dias de 2 a 6 de julho.
Não há cidade melhor para sediar o evento, com todo seu charme.

No Centro Histórico, onde o evento acontecia, o calçamento de pé de moleque nas ruas proporciona uma volta no tempo e a cada esquina, a sensação de descoberta de algo novo e encantador nos casarios coloniais. Os paratienses são bastante hospitaleiros e a mistura de pessoas de muitos lugares diferentes completa o clima alto-astral e cultural desta linda cidade.
Em sua 6ª edição, a festa literária foi comemorada com o show de abertura do cantor Luiz Melodia e com a palestra do crítico Roberto Schwarz sobre Machado de Assis, o grande homenageado da Flip.

Na Praça da Matriz, a principal praça da cidade, estava toda enfeitada com bonecos feitos por alunos das escolas municipais da cidade representando personagens de histórias infantis e de livros de Machado de Assis, e uma das reproduções mais interessantes era a da Casa Verde, do livro O Alienista. Tudo muito colorido e cheio de vida. Sem contar com as pequenas tendas montadas em que haviam cestos de livros infantis, para qualquer hora. Tudo colorido e cheio de vida.

As crianças também tiveram sua vez na Flipinha, que acontecia na parte da manhã e da tarde, com programação infantil, com dramatizações de livros de Machado de Assis, danças e cirandas e leitura de histórias. O mais legal disso é a maior parte das apresentações eram feitas por alunos de 35 escolas da cidade,desenvolvido por uma entidade que promove a Flip, despertando o interesse por literatura dessas próprias crianças e de muitas outras que assistiam.

A Flip é um evento bem democrático de diversificado; democrático porque além da Tenda dos Autores, onde acontecem as palestras, há a Tenda do Telão, onde eram transmitidas por telão, como o próprio nome já diz, possibilitando um número maior de espectadores, e com ingresso bem mais barato. Diversificado porque é possível discutir desde política e literatura até futebol, na mais perfeita harmonia.


Havia uma programação alternativa, a OFF Flip deixando os visitantes menos restritos às mesas de debate, com apresentações de uma orquestra de berimbau, sessões de autógrafos, lançamento de livros e shows por diversos locais da cidade, como pousadas e livrarias, e entrega de prêmios dirigidos a escritores brasileiros. Mas nem todas as atrações tiveram a ver com literatura, como rituais de xamanismo.

A Casa de Cultura da cidade também montou uma programação com saraus literários, mais palestras, leituras dramatizadas, apresentação de filmes e teatro.

Comparecemos ao lançamento do livro e DVD “ A Casa do Tom” mundo, monde, mondo. Vimos o filme e achamos tão bom que é uma das nossas dicas.

Outra experiência interessante foi a palestra do humorista, radialista e escritor David Sedaris, autor de “Eu falar bonito um dia” e “ De veludo cotelê e jeans”, levou o público a muitas gargalhadas e a uma longa fila para autografar seus livros, o que não parecia incomodar a quem estava nela ( inclusive nós), e mesmo assim seu bom humor pareceu amenizar os muitos minutos de espera.


O que ficou foi o interesse ainda maior pelos livros, pela música e pela cidade, que encanta pelas belezas naturais, os muitos lugares sempre de portas abertas e as pessoas que tornavam tudo mais bonito.




Pesquisa e fotografias realizadas na última Flip, em Paraty por: Ingrid Magalhães e Jessica Xavier

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